AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
DE 1 DE OUTUBRO DE 2017
(no País,no distrito Setúbal,no Concelho de Montijo)
1. NO PAÍS : VITÓRIA HISTÓRICA DO PS
O PS alcançou a maior vitória autárquica da sua história e o PSD a sua maior derrota.
Esta é, em síntese, a conclusão dos resultados das eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017.
Em relação a 2013, o PS teve mais votos e mais mandatos, obteve mais presidências de Câmara (160) e mais presidências de Junta de Freguesia.
Reforça a sua posição na Associação Nacional de Municípios (ANMP) e na Associação Nacional de Freguesias (Anafre), cujas presidências vai manter.
O PS é também o partido líder nas áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.
E contribuiu para feminizar o Poder Local. Elegeu mais mulheres (19) presidentes de Câmara.
O PS alcançou todos os objetivos traçados.
O PSD falhou em toda a linha.
A esquerda continua a ser maioritária em Portugal.
A direita saiu derrotada.
As autárquicas não são eleições nacionais. Cada município tem a sua história. Cada freguesia tem a sua dinâmica. Cada candidato tem o seu peso político.
Mas as leituras nacionais do conjunto dos resultados são inevitáveis.
As portuguesas e os portugueses reconhecem que Portugal está melhor – graças às políticas adotadas pelo Governo socialista e apoiadas pela maioria parlamentar de esquerda - e querem que Portugal prossiga o caminho trilhado desde as eleições legislativas de 2015.
E deixam claro que não querem regressar ao passado de governo PSD/CDS.
Não obstante alguns candidatos da direita terem usado todos os meios e nenhuns princípios para ganhar votos, os eleitores perceberam o que estava em causa e mostraram que este é caminho certo.
Ao contrário do que alguns prenunciaram, as eleições autárquicas não abrem nenhum novo ciclo político nacional.
O PS alcançou nas eleições autárquicas de 1 de outubro mais votos, mais mandatos, mais presidências de câmaras municipais e de juntas de freguesia do que em 2013 , há quatro anos.
O país vai continuar o rumo: devolvendo rendimentos às famílias, apoiando os mais carenciados, criando riqueza e emprego, garantindo serviços públicos de qualidade, modernizando o país .
O bom resultado do PS dá força à mudança que, no quadro da maioria parlamentar, se iniciou há dois anos e que permitiu uma mudança política e de resultados.
A vitória do PS não é a derrota de nenhum dos seus parceiros parlamentares
As maiorias políticas que emergiram das eleições vão tomar decisões sobre o ordenamento do território e as estratégias de desenvolvimento e incrementar medidas que afetam a vida quotidiana dos cidadãos e cidadãs.
Aguardamos que o Parlamento aprove o pacote de descentralização e reforço das competências dos municípios, para que o poder local possa ser, cada vez mais, motor de crescimento económico e de criação de emprego.
Esperamos que cada força política dê o seu contributo para esta importante reforma.
Parabéns aos autarcas eleitos nas listas do PS. Mulheres e homens que viram reconhecido o seu trabalho .
2. NO DISTRITO DE SETÚBAL :
A participação eleitoral no Distrito de Setúbal traduziu-se numa diminuição da abstenção em 3,9%.
O crescimento da votação no Partido Socialista, em mais cerca de 25 mil votos – o distrito teve mais 30 452 novos eleitores – ocorreu quer em concelhos onde os cadernos eleitorais diminuíram no número de eleitores, quer naqueles onde aumentaram.
O PS passou a deter a gestão de 5 Câmaras Municipais, 2 delas com maioria absoluta, Montijo e Sines, reconquistando 2, Alcochete e Barreiro e, pela primeira vez, na história da democracia saiu vitorioso em Almada.
Também pela primeira vez retirou a maioria absoluta à CDU em Palmela, Moita e Seixal.
Em termos gerais distritais, comparativamente às eleições de 2013, o PS obteve mais 71 mandatos autárquicos, a saber: 6 nas Câmaras Municipais, 19 nas Assembleias Municipais e 46 nas Assembleias de Freguesias. Sendo ainda de referir a eleição de mais 10 presidentes de juntas de freguesia.
A 1 de outubro 2017 o PS obteve no distrito mais 26116 votos, um acréscimo de 5,45% relativamente a 2013, e detém agora um total de 421 mandatos autárquicos (42 nas Câmaras Municipais, 119 nas Assembleias Municipais, 260 nas Assembleias de Freguesia).
A CDU perdeu a Câmara Municipal de Almada, Alcochete e do Barreiro, várias juntas de freguesia e ainda vereadores no distrito de Setúbal.
No Distrito de Setúbal , em Alcochete - Fernando Pinto, em Almada - Inês de Medeiros, no Barreiro - Frederico Rosa,no Montijo - Nuno Canta, em Sines - Nuno Mascarenhas são Presidentes de Câmara do PS .
Na Câmara Municipal de Palmela, a CDU mantém a maioria, mas perde um vereador em prol do MIM, movimento independente, o mesmo acontecendo no concelho do Seixal, com o PS a eleger mais um vereador nesta autarquia.
A CDU desceu também em número de votos no concelho da Moita, perdendo um vereador para a Coligação PSD/CDS, e no concelho do Montijo, embora mantendo-se como a segunda força mais votada e com dois mandatos.
Juntas de Freguesia perdidas :
A CDU não venceu em 15 das 37 Freguesias no Distrito de Setúbal.
A CDU perdeu para o PS as Juntas de Freguesia de Sarilhos Grandes, no Montijo, da Quinta do Anjo e a de Palmela, a Junta de Freguesia do Barreiro e Lavradio, a de S. Francisco e a de Alcochete, e a de Fernão Ferro, no Seixal.
Em Fernão Ferro, o movimento de independentes liderados pelo anterior presidente da Junta, eleito em 2013 como independente pela CDU, ‘Somos Fernão Ferro’ venceu ao candidato apresentado pela maioria comunista.
Em Setúbal a CDU elegeu mais um vereador, conquistado ao PS; em Sines subiu nos resultados, depois de ter ficado em terceiro lugar em 2013, abaixo do Movimento Independente, recuperando para a segunda força mais votada, mas mantendo apenas um vereador eleito, com o PS a eleger mais um vereador.
No concelho de Santiago do Cacém mantiveram-se os mandatos, e o mesmo em Alcácer do Sal.
Abstenção baixa e PAN sobe
A taxa de abstenção destas eleições no distrito de Setíúbal foi inferior, mesmo assim chegando aos 54,48%, contra os 58,33% registados em 2013.
A "surpresa" destas eleições no distrito de Setúbal foi o PAN - Partido Animais e Natureza, que ficou acima do CDS-PP, como a sexta força política mais votada, com um total de 2,59%, quando em 2013 tinha ficado em 9.º lugar, com 1,18%, e elegendo 5 deputados municipais.
Na Moita, Seixal e Palmela a CDU tem que chegar a entendimento com vereadores da oposição e no Barreiro, Almada e Alcochete é o PS que está nessa situação. Ao todo são seis autarquias com maioria relativa, num total de nove.
As maiorias relativas registadas em Almada(PS), Barreiro(PS), Moita(CDU), Alcochete(PS), Palmela(CDU) e Seixal(CDU) obrigam a entendimentos pós-eleitorais.
Em Almada, o PS, com Inês de Medeiros, “roubou” a Câmara à CDU – onde o PCP governou sempre –, mas a correlação de forças no executivo (4 eleitos para PS e CDU, 2 para o PSD e 1 para o BE) obrigará a um entendimento à direita. O PS precisa de dois vereadores para garantir maioria absoluta, condições só apresentadas pelos social-democratas.
No Barreiro, o PS, com Frederico Rosa, também retirou o poder à CDU, conseguindo quatro mandatos (os mesmos que a CDU). O PSD elegeu Bruno Vitorino, que já havia aceitado pelouros na gestão CDU e que se apresenta como única alternativa de estabilidade governativa para os socialistas (o PS só precisa de um mandato para o efeito).
Na Moita, Rui Garcia manteve o poder para a CDU, mas necessitará de se entender com um vereador da oposição (a CDU conseguiu 4 mandatos; o PS 3; o PSD e o BE 1 cada). A solução poderá, assim, passar tanto pela direita (entendimento com PSD que elegeu Luís Nascimento) ou mais à esquerda (entendimento com o BE, que elegeu Joaquim Raminhos), embora a segunda hipótese seja a mais provável.
Em Alcochete, o PS, com Fernando Pinto, conquistou a Câmara à CDU (o PS alcançou três mandatos; a CDU passou de 5 para 2; e a coligação CDS/PSD, com Vasco Pinto, duplicou a votação, passando de 1 para dois eleitos). O entendimento à direita é um cenário mais do que provável, até porque há uma “afinidade identitária” entre a dupla Pinto&Pinto, sem esquecer que parte da base de apoio em torno do segundo tem um passado de ligação ao PS.
Em Palmela, Álvaro Amaro segurou a maioria para a CDU (4 mandatos da CDU, em contraponto com 3 do PS, 1 do PSD e 1 do MIM), mas precisa de estabelecer pontes com um vereador da oposição. O entendimento com Paulo Ribeiro (PSD) ou José Calado (MIM) será suficiente.
No Seixal, a CDU, com Joaquim Santos, alcançou 5 mandatos (o PS subiu de 3 para 4, e o PSD e o BE mantiveram 1 cada). Neste caso, a margem de manobra da CDU (que apenas precisa de entendimento com um eleito da oposição) é bastante ampla. PS, PSD e BE, recorde-se, receberam da CDU pelouros (um por partido) no actual executivo.
No Concelho de MONTIJO o PS reconquistou a maioria absoluta .
Nuno Canta quase que dobrou a votação obtida quatro anos antes.
O PS, além de conquistar quatro dos sete lugares no executivo camarário conquistou as cinco juntas de freguesia do concelho e a Assembleia Municipal.
O PS ganhou Sarilhos Grandes à CDU e Canha ao PSD.
A CDU , cuja Lista era encabeçada por Carlos Almeida, registou uma quebra de quase 500 votos, além de ter perdido a junta de SARILHOS GRANDES (que detinha).
A coligação PSD/CDS-PP, encabeçada por João Afonso, foi derrotada, perdendo um dos dois vereadores que havia conseguido eleger em 2013; Perdeu a Junta de Canha parao PS.
O PSD tinha alcançado melhores resultados a concorrer sozinho em 2013 ; Nas eleições de 1 de outubro de 2017, coligado, perdeu mais de 490 votos.
O Bloco de Esquerda, encabeçado por Cipriano Pisco, não alcançou o objectivo de eleger um vereador, baixando da fasquia dos mil votos que conseguira ultrapassar quatro anos antes(em 2013).
O PAN obteve 2,43% (460 votos).
No total, os cabeças-de-lista do PS às assembleias de freguesia somaram 8.906 votos; para a Câmara o PS registou 8.591 votos; e para a Assembleia Municipal 8.172.
Na freguesia de Montijo/Afonsoeiro, Fernando Caria( PS) foi eleito com 6.295 votos, Nuno Canta obteve 6.102 e Catarina Marcelino 5.779 votos.
Na freguesia de Atalaia/Alto Estanqueiro-Jardia, Luís Morais(PS) foi eleito com 925 votos, Nuno Canta somou 871 e Catarina Marcelino 837 votos.
Na freguesia de Sarilhos Grandes, Fernando Machado (PS)venceu com 558 votos, Nuno Canta registou 527 e Catarina Marcelino 494 votos.
Na freguesia de Pegões, António Miguéns (PS)ganhou com 736 votos, Nuno Canta conseguiu 704 e Catarina Marcelino 690 votos.
Por último, na freguesia de Canha, Armando Piteira triunfou com 392 votos, Nuno Canta contabilizou 387 e Catarina Marcelino 372 votos.
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